O leitor tem em mãos a rara oportunidade de varrer a banalidade e deixar de lado o olhar cansado sobre as situações corriqueiras. O cronista, vocação já em extinção, tem o dever de fazer um vendedor de biju conversar com Dostoiévski e de realizar um encontro entre o bandido arrependido e Nosso Senhor nos céus. Sua tarefa é imiscuir a alta cultura no cotidiano, ressuscitar os mortos para conversar com os vivos e levar os vivos ao mundo dos mortos: é uma vocação de Caronte, o barqueiro de Hades.
Paulo Briguet não escreve crônicas. Ele é uma crônica. Anda para cima e para baixo, sempre inquieto e com olhos atentos, em busca de material para levar o carteiro ao inferno de Dante e o poeta Virgílio ao boteco onde tem briga de velho.
Neste livro, o leitor verá que, aos olhos de um escritor de verdade, nada é o que parece e, por vezes, as coisas simplesmente são o que são. O desafio aqui presente é promover o encontro deste mundo com todos os outros, reais e imaginários. O do leitor, por sua vez, será o de ousar aceitar o convite desse sensível Caronte, que não lhe pede nada além da vontade de abandonar a mediocridade, vício infernal dos piores homens.
E não há melhor modo de sair dessa condição diabólica do que guiado por um sábio.
— Bernardo Pires Küster
Sobre o autor:
Paulo Briguet é escritor e jornalista. Nascido em São Paulo no ano de 1970, trabalhou em diversos jornais, revistas e assessorias de comunicação no Paraná. Atualmente é editor-chefe e colunista do Brasil Sem Medo. É autor dos livros Aos meus sete leitores, Repórter das coisas, Coração de mãe e Diário de Moby Dick (este em parceria com seu pai, Paulo Lourenço). Ao longo de sua carreira, escreveu mais de 2 mil crônicas. Vive com a esposa e o filho em Londrina.
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